domingo, 7 de dezembro de 2008

REFORMA ORTOGRÁFICA II

Acordo Ortográfico


As alterações introduzidas na ortografia da língua portuguesa seguem o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990, por Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e, posteriormente, por Timor Leste. No Brasil, o Acordo foi aprovado pelo Decreto Legislativo no 54, de 18 de abril de 1995.
Esse Acordo é meramente ortográfico; portanto, restringe-se à língua escrita, não afetando nenhum aspecto da língua falada. Ele não elimina todas as diferenças ortográficas observadas nos países que têm a língua portuguesa como idioma ofi cial, mas é um passo em direção à pretendida unificação ortográfica desses países.
Como o documento oficial do Acordo não é claro em vários aspectos, objetivamente, sobre as novas regras, o que vem gerando muitas dúvidas sobre as mudanças introduzidas na ortografia brasileira.

Saiba o que mudou na ortografia brasileira:
GUIA PRÁTICO DA NOVA ORTOGRAFIA - Douglas Tufano - 1.ª edição, agosto de 2008
Disponível em pdf- Adobe Reader no endereço eletrônico:

http://www.livrariamelhoramentos.com.br/Guia_Reforma_Ortografica_Melhoramentos.pdf

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

REFORMA ORTOGRÁFICA I

Linguistas divergem sobre mudanças na regra ortográfica

Embora o anúncio da reforma ortográfica não tenha provocado no Brasil as reações que ocorreram em Portugal, as mudanças estão longe de ser consenso. Para os críticos, as alterações não atingirão os objetivos políticos para os quais foram criados, de dar mais visibilidade ao idioma no cenário internacional. Pior: a reforma não resolve os problemas da língua portuguesa.

"Acho desnecessário. Já que fizeram, poderiam fazer um pouco melhor, mais homogênea. Ficaram algumas coisas, não mexe em nada de relevante", afirma Sírio Possenti, professor de linguística do Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

Na opinião de Possenti, o acordo envolve muito mais questões de ordem econômica do que de efeito prático no uso da língua. Segundo ele, o gasto com a atualização de livros e dicionários será grande. Quanto aos alunos, na avaliação dele, as mudanças não facilitam o entendimento da língua porque considera as alterações tímidas.

Para o professor Luiz Carlos Cagliari, da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp (Universidade Estadual Paulista), a unificação de regras ortográficas não ajuda a internacionalizar a língua. Segundo ele, isso depende de aspectos muito complexos, e não só da facilidade de ler no idioma ou de número de falantes que a língua possua.

Cagliari critica também o fato de a mudança na ortografia ocorrer sob efeito de lei. "Transformar em lei significa que as editoras vão ter de reeditar livros, os jornais terão de se adaptar", diz.

O professor classifica de ridículo falar em unificação da língua portuguesa. "Nós temos só duas ortografias, de Brasil e Portugal. O que teremos é a oficialização de algumas formas variantes. Em outras línguas, como o inglês e o francês, existem vários tipos diferentes", argumenta.

Para ter efeito prático, Cagliari acredita que a reforma deveria ter sido ainda mais radical, como a abolição de todos os acentos. "Nenhuma língua precisa de acento, o falante nativo recupera a pronúncia. O problema é que quem mexe com ortografia não entende nada de Teoria Ortográfica. Ortografia foi inventada porque o alfabeto não funciona, você precisa neutralizar a variação. O objetivo da ortografia é permitir a leitura", explica.


Outro lado

O presidente da Colip (Comissão para Definição da Política de Ensino-Aprendizagem, Pesquisa e Promoção da Língua Portuguesa)", Godofredo de Oliveira Neto, minimiza as críticas ao acordo ortográfico. "A mudança é só graficamente. Não vai mexer na variedade linguística, na riqueza e diversidade regional", argumenta.

Na avaliação de Oliveira Neto, como somente 0,5% das palavras vão sofrer alteração (para os brasileiros), as mudanças vão ser assimiladas rapidamente. Ele admite que as novas regras de grafia e acentuação não resolverão todos os problemas da língua, mas acredita que a exclusão de alguns acentos facilitará a escrita.


Manifesto

Em Portugal, uma das reações mais fortes contra o acordo ortográfico é liderado pelo poeta e escritor Vasco Graça Moura. Mesmo depois de ratificado pelo parlamento português, junto com outras personalidades do país, ele entregou um manifesto com cerca de 45 mil assinaturas contra as novas regras de escrita.

Uma das principais alegações dos opositores é de que as mudanças atendem a interesses brasileiros. Editoras portuguesas também fazem pressão contra o acordo, com receio de perder mercado para concorrentes brasileiras.

Por Deh Oliveira
Postado na Folha Online em 01/07/2008

sábado, 29 de novembro de 2008

A Palavra na Era da Imagem

Genuvina Melo *

A palavra é o mais forte elemento da comunicação humana. Fator determinante nos demais relacionamentos; seja familiar, amoroso, profissional ou social. Por meio de seu uso, realizamos os mais eloqüentes discursos, carregados de sentimentos, ideologias e, revelamos aspectos que caracterizam nossa personalidade, nossa cultura.

Ela professa duras verdades, como também, as mais doces mentiras. Pode expressar o amor, mas também incitar o ódio; restituir a paz ou armar fratricida; enaltecer ou hostilizar; demonstrar mansidão ou altivez; nutrir uma suspeita, mas tem grandeza para dirimir a dúvida. Enfim, a palavra tem a capacidade de unir ou separar a humanidade.
Pode ser suave ou grosseira, conforme lhe determine o tom. Tanto fere e magoa como acalma e apazigua. Pode vir em forma de grito ou de sussurro, em pedido de socorro ou de perdão, em forma de conselho ou mesmo de repreensão.


A palavra e a imagem sempre ocuparam espaços concomitantes em nossas vidas. Ao nascermos não temos ainda o domínio da linguagem, são as imagens que nos familiarizam com o mundo à nossa volta. Mesmo assim, acreditamos que as palavras de carinho dirigidas aos bebês, contribuam de maneira significativa para a formação do quadro familiar.


Hodiernamente, no processo de comunicação humana faz-se da imagem um forte elemento persuasivo. Percebe-se uma tendência de que a imagem venha se sobreposto à palavra, diante do vertiginoso avanço tecnológico, onde nos tornamos sujeitos iconográficos. Porém, entendemos que a palavra consegue promover, verdadeiramente, a interação.

Mas, há quem diga que um gesto – aqui dito, imagem – fala mais que mil palavras: a imagem da explosão da bomba de Hiroshima mostra a destruição e o uso nocivo da inteligência humana; o espetáculo do homem no espaço revela que os limites a transcender vão além do que os olhos podem alcançar; o triste cenário de miséria e fome na Etiópia demonstra a ausência de solidariedade e as desigualdades sociais que persistem mesmo no terceiro milênio, entre tantas outras que ferem nosso globo ocular. O fiel retrato de uma realidade que vem de encontro às vãs palavras que se utilizam alguns, em defesa de causa própria.

Considerando a relevância da imagem na era atual, é importante reconhecer que a palavra não se tornou obsoleta, seu poder continua o mesmo, desde a criação do mundo quando Deus ordenou que “o verbo se fizesse carne...” e, mais tarde, quando Jesus disse: “Passará o céu e a terra; porém as minhas palavras não passarão” (Mc. 13,31).

*MELO NETA, Genuvina de Lima. A Palavra na Era da Imagem. 26 em Agosto de 2005.
Imagens postada da Internet

A Palavra na Era da Imagem

Genuvina de Lima Melo Neta*.

A palavra é o mais forte elemento da comunicação humana. Fator determinante nos demais relacionamentos; seja familiar, amoroso, profissional ou social. Por meio de seu uso, realizamos os mais eloquentes discursos, carregados de sentimentos, ideologias e, revelamos aspectos que caracterizam nossa personalidade, nossa cultura.

Seu poder é inquestionável. Ela professa as mais duras verdades como as mais doces mentiras. Pode expressar o amor, mas também incitar o ódio; restituir a paz ou armar fratricida; enaltecer ou hostilizar; demonstrar mansidão ou altivez; nutrir uma suspeita, mas tem grandeza para dirimir a dúvida. Enfim, a palavra tem a capacidade de unir ou separar a humanidade.

Ela pode ser suave ou grosseira, conforme lhe determine o tom. Tanto fere e magoa como acalma e apazigua. Pode vir em forma de grito ou de sussurro, em pedido de socorro ou de perdão, em forma de conselho ou mesmo de repreensão.

No entanto, ao nascermos não temos ainda o domínio da linguagem, são as imagens que nos familiarizam com o mundo à nossa volta. Mesmo assim, acreditamos que as palavras de carinho dirigidas aos bebês, contribuam de maneira significativa para a formação do quadro familiar.

Hodiernamente, o processo de comunicação humana faz-se com a imagem como forte elemento persuasivo. Porém, entendemos que a palavra consegue promover, verdadeiramente, a interação.

Mas, há quem diga que um gesto – aqui dito, imagem – fala mais que mil palavras: a imagem da explosão da bomba de Hiroshima mostra a destruição e o uso nocivo da inteligência humana; o espetáculo do homem no espaço revela que os limites a transcender vão além do que os olhos podem alcançar; o triste cenário de miséria e fome na Etiópia demonstra a ausência de solidariedade e as desigualdades sociais que persistem mesmo no terceiro milênio, entre tantas outras que ferem nosso globo ocular. O fiel retrato de uma realidade que vem de encontro às vãs palavras que se utilizam alguns, em defesa de causa própria.

Considerando a relevância da imagem na era atual, é importante reconhecer que a palavra não se tornou obsoleta, seu poder continua o mesmo, desde a criação do mundo quando Deus ordenou que “o verbo se fizesse carne...” e, mais tarde, quando Jesus disse: “Passará o céu e a terra; porém as minhas palavras não passarão” (Mc 13,31).

Teresina (PI), 26 de Agosto de 2005.



* MELO NETA, Genuvina de Lima. Professora, Graduada em Letras Português – Especialização em Lingüística Aplicada ao Ensino de Língua Portuguesa pela Universidade Estadual do Piauí – UESPI.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Linguagem e Interação


"É preciso pensar a linguagem humana como lugar de interação, de constituição das identidades, de representação de papéis, de negociação de sentidos, por palavras, é preciso encarar a linguagem não apenas como representação do mundo e do pensamento ou como instrumento de comunicação, mas sim, acima de tudo, como forma de interação social"
(KOCH, 2003, p.128).