quinta-feira, 5 de março de 2009

Dia Internacional da Mulher


O Dia Internacional da Mulher, nascido de um episódio triste, representa hoje um momento de força de uma parcela da sociedade que reflete a imagem da batalha cotidiana de milhares de anônimas que fazem do seu dia a dia uma história de luta por dias melhores e mais justos para suas companheiras, seus filhos, seus parceiros, enfim, batalham, diuturnamente, por um mundo melhor, livre de preconceito, de discriminação, de injustiça, onde semelhantes respeitam e amam uns aos outros.
Aproveito este espaço para homenagear as companheiras que comungam comigo do mesmo pensamento de liberdade e justiça. Não desanimemos, conseguiremos alçar vôo e mudar as perspectivas negativas que ainda permeiam o imaginário popular.
Recorro à literatura para festejar esta data. Pablo Neruda soube muito bem traduzir o universo feminino neste poema.

Por Genuvina Melo.


Mulheres

Elas sorriem quando querem gritar.

Elas cantam quando querem chorar.
Elas choram quando estão felizes.
E riem quando estão nervosas.

Elas brigam por aquilo que acreditam.
Elas levantam-se para injustiça.
Elas não levam "não" como resposta
quando acreditam que existe melhor solução.

Elas andam sem novos
sapatos para suas crianças poder tê-los.
Elas vão ao medico com uma amiga assustada.
Elas amam incondicionalmente.

Elas choram quando suas crianças adoecem
e se alegram quando suas crianças ganham prêmios.
Elas ficam contentes quando ouvem
sobre um aniversario ou um novo casamento.


Pablo Neruda